domingo, 18 de dezembro de 2016

Fotolito com impressora laser e toner compatível

Alguns de vocês já devem ter tentado fazer placas de circuito impresso. Alguns já devem ter ficados cansados de sofrer tentando fazer transferência térmica com ferro de passar roupa e resolveram partir para outros métodos mais confiáveis e consistentes, como o uso do Dry Film e da Tinta Fotossensível. Pessoalmente, escolhi o Dry Film no começo porque não queria construir uma centrífuga ou comprar um aerógrafo. Alguns dry films podem ser laminados a frio na placa cobreada (como o Kolon Accuimage, que é vendido no Mercado Livre pelo Ricardo Trombeta, do Engenharia Caseira), bastando aplicá-lo debaixo d'água, eliminando todas as bolhas e esperando secar (eu secava debaixo do notebook, com uma toalha entre a placa e o notebook para não marcar o dryfilm). Também existem alguns vendedores no Ali Express que vendem um filme diferente, que só funciona se for laminado a quente. Se você tiver uma laminadora são ótimos, pois são baratos e a placa estará pronta para exposição entre 2 e 5 minutos, dependendo da sua habilidade em aplicar o filme sobre a placa cobreada. Você dificilmente vai conseguir fazer isso de primeira, então o fato de ser um filme mais barato também é um ponto positivo.

Usando dry film ou a tinta fotossensível você inevitavelmente precisará de um fotolito: nada mais do que uma máscara com o desenho das trilhas do circuito em negativo. Ou seja: onde você quer que o filme (ou tinta) polimerize você vai deixar passar a luz (lâmpada germicida, luz negra, flash, ou o próprio sol de um meio dia sem nuvens). Onde você não quer que exista cobre você vai bloquear a luz... e é aí que o problema começa! Se você já imprimiu em transparência, já deve saber que é praticamente impossível conseguir uma cobertura 100% opaca nas áreas pretas. Alguns costumam fazer sobreposições, imprimindo várias transparências e colando todas elas com superbonder para tentar obter um preto 100% preto. Tentei fazer isso uma única vez. O resultado foi uma verdadeira meleca: não só o toner não aderiu totalmente à transparência (que o vendedor disse que era para impressora a laser...), como o superbonder que utilizei para tentar colar as camadas encostou no toner, derretendo o mesmo instantaneamente.

Depois da falha desastrosa com a transparência, descobri que é possível fazer o fotolito usando papel vegetal escolar. Pelas minhas experiências, o melhor tipo é o de 65 a 70 g/m². Abaixo disso também funciona, mas a impressora acaba amassando o papel. Com o toner original o resultado é aceitável, e a maioria das minhas primeiras placas foram feitas assim, sem nenhuma espécie de tratamento do fotolito. Mas aí o toner original que vem na impressora acaba, e você vai trocar. Por outro original? Não, por um "compatível", que custa mais ou menos 30% do original. O toner compatível pode até ter uma qualidade de impressão boa, mas o problema é a qualidade altamente variável entre toners de mesmo modelo. Um pode imprimir tão bem quanto o original, outro do mesmo lote pode deixar manchas pretas, riscos, amassar o papel vegetal só em alguns pontos (que se tornam opacas à luz ultravioleta, provocando falhas nas trilhas)... Acaba que você realmente usa só um de três ou mais toners para realmente fazer fotolito, o resto servindo para as impressões diárias (etiquetas de mercado livre, trabalho de faculdade, etc).

Mas, mesmo que a qualidade do traço impresso seja perfeita, sem manchas, ainda existe um problema: as áreas pretas são apenas semi-opacas. Colocando na frente do monitor você consegue ler o que está escrito através do preto. Você faz a exposição, revela, e aparecem várias áreas de filme que não dissolvem na barrilha, por mais que ela esteja quente, por mais que você esfregue, arriscando arrancar trilhas inteiras. Não tem jeito, não é mesmo? A solução é comprar uma impressora a jato de tinta e usar tinta pigmentada, ou comprar algum papel especial que custa 100 reais por 50 folhas, ou montar um plotter UV para desenhar diretamente no filme, você pensa.

Máscara de corrosão feita com fotolito sem nenhum tipo de tratamento. Observe que há várias áreas com falhas, onde o filme não foi dissolvido totalmente pela solução de barrilha.

Nada disso! Existe uma solução caseira altamente eficaz e barata: basta tratar o seu fotolito recém-impresso com vapor de thinner!

O material necessário é fácil de encontrar: o próprio thinner, que é vendido em latinhas de 900ml por algo como 10 reais, uma caixa que você possa fechar (você encontra isso em algumas papelarias, lojas de artesanatos e presentes) e alguma espécie de tecido, que você molhará com o thinner. Aquele paninho amarelo de limpeza é ideal para isso. O modo de ação é igualmente simples: você prende o tecido em uma das metades da caixa, de modo que ele não possa cair ou encostar no fotolito (o que borraria todo o desenho), e na outra metade você coloca o fotolito, com o toner voltado para o tecido. Depois você derrama um pouco de thinner no tecido, fecha a caixa, espera entre 3 e 5 minutos e depois disso a impressão estará perfeita. Atenção: o tecido com thinner deve ficar acima do fotolito, caso contrário você pode esperar o tempo que for que não vai funcionar, talvez porque o vapor de thinner seja mais denso do que o ar e acabe se acumulando no fundo da caixa. Além disso, se o fotolito ficar tempo demais dentro da caixa, vai acabar ficando ondulado, mas dependendo da espessura das suas trilhas e do espaçamento entre elas, isso pode não prejudicar a exposição, que você fará pressionando o fotolito sobre a placa cobreada laminada com filme usando algum pedaço de vidro ou coisa parecida.



Tecido com thinner em uma metade, e fotolito na outra metade. Quando fechada, o fotolito deve ficar na metade inferior da caixa, caso contrário não vai funcionar.

E é só isso! Funciona com papel vegetal de 70 g/cm², que é o que eu tenho em casa. Não sei se a técnica também serve para escurecer o toner em impressões em outros tipos de papel ou filme, mas para mim o resultado foi ótimo.

Vejam a diferença:

Os dois vieram da mesma impressora, com o mesmo tonner "compatível"


Não! Isso não é um fotolito, mas uma placa de fenolite após a corrosão. Observe como não há nenhum curto, e a hachura do ground plane (que não tem nenhuma utilidade, mas eu achei bonitinho na hora) está em sua maior parte inteira.



quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Radiocontrole com NRF24L01+

O código é dividido em duas partes: uma pro controle, e uma pro objeto controlado. Nos dois códigos tem um union em comum, chamado "Pacote". O propósito desse "pacote" é permitir que você envie e receba as informações necessárias sem ficar quebrando a cabeça com conversões (ex: como eu faço pra transformar 2 bytes em um int?). O funcionamento é o mesmo que o de um código que eu postei alguns meses atrás, que mostrava como enviar informações "binariamente" pela porta serial, ou seja: sem precisar converter de/para texto em nenhum momento.

Esse é o código do receptor. Nele eu liguei dois servos SG90 (que em breve eu irei anunciar no Mercado Livre), um no pino 3 e um no pino 6. As linhas de código que estão comentadas servem para mostrar o X e o Y do controle em um display de LCD, sendo que eu primeiro fiz o teste com ele para só depois usar os servos.




E esse é o código do controlador. Nele eu uso um módulo de joystick com dois eixos, desses que parecem o joystick do Playstation 2 (isso se não for exatamente o mesmo componente). Percebam que ele não espera resposta nenhuma, simplesmente vai enviando. Acredito que eu poderia usar o enableAckPayload e writeAckPayload no barco para poder receber alguma informação dele sem precisar ficar mudando o modo do rádio, mas por hoje vai ser só isso mesmo.



Em funcionamento:




Eu ainda pretendo transformar isso em um barquinho controlado por controle remoto. Por enquanto as minhas tentativas de fazer toda a parte mecânica não deram nenhum pouco certo, mas nada que uma pistola de cola quente não possa resolver no futuro.

É só isso! Como vocês podem perceber o código é bem simples, mas funciona.